2007-03-31

London - Day 8

Outro dia a sair cedo de casa. Era a minha última ida a Londres - o meu passe de sete dias chegava ao fim e, honestamente, o dinheiro estava demasiado curto - e, teoricamente, as hostilidades começariam no Imperial War Musem antes de uma ida ao Soho, Oxford Street e por aí fora... Mas como eu disse, isto foi na teoria.

Com a máquina, o London A to Z, a merenda e a garrafita de água Evian na mochila, fiz o caminho até Waterloo e dali caminhei em direcção ao dito museu. Depois de umas fotografias cá fora, de uns canhões brutais com uns obuses que me davam pelo peito, coloquei o pé no interior do mueseu eram exactamente 10h27. Fixem bem este dado...

Antes de mais, devo explicar aqui que sou um grande entusiasta por História, sobretudo o período relativo às I e II Guerras Mundiais, bem como o entre-guerra e o pós-II Guerra. Quando miúdo, ainda no Rio de Janeiro, lembro-me de uma visita a um navio de guerra com o meu pai e tenho em casa fotos tiradas dentro de um tanque, com a minha metralhadora de plástico nas mãos, etc...

Creio que todos os rapazes, em determinada altura da vida, têm este fascínio por veículos de guerra e afins (outros como o Bush e o Bin Bin continuam a ter este entusiasmo mesmo quando já crescidos) e eu, ao entrar no Imperial War Museum estava no meu ambiente... Havia de tudo: um Spitfire, um Stuka, uma réplica de um V2 lançado sobre Londres, o tanque utilizado pelo Montgomery no confronto dos seus Desert Rats contra o Afrikakorps de Rommel, uma réplica de uma bomba idêntica ao 'Little Boy' que foi lançado sobre Hiroshima, metralhadoras, canhões variados... Enfim, um encanto para os meus olhos.

E claro, eu ia lendo tudo ao detalhe, ia apreciando cada pedacinho da exposição. Mas isto era só o aperitivo. O bom, este, veio a seguir. Desci umas escadas e comecei a seguir o percurso da exposição sobre a I Guerra. Sim, porque era de facto um percurso, com tudo muito bem alinhavado, muito claro, bem explicado e, sobretudo, completíssimo. Só para vos dar uma ideia, a dada altura desta primeira parte, temos a oportunidade de experimentar o que era a vida nas trincheiras onde se lutaram muitas das batalhas do confronto de 1914-18.

Seguiu-se a exposição sobre a II Guerra Mundial e uma vez mais foi algo de arregalar a vista. Garanto-vos que nunca vi nada de tão completo e tão bem explicado como ali no Imperial War Museum. Fardas, pistolas, espingardas, cartas, objectos pessoais de verdadeiros intervenientes no conflito... Tal como acontecia para a I Guerra, para este período da história também havia um momento "experimente por si próprio": numa secção do piso -1 do museu, foi recriada aquilo que seria uma noite para os cidadãos de Londres durante a II Guerra, com a famosa blitz.

Não só entramos num bunker (com bancos que abanaram quando se simulou a explosão de um V2 ali perto), mas também mostraram como eram os prédios demolidos e, isto então deixou-me abismado, até os cheiros de pólvora, de pó e aquele ar pesado que se teria respitado num dos abrigos havia... Fabuloso!

Mas o meu grande momento veio depois... Sim, foi já no fim da exposição sobre a II Guerra, numa altura em que estava a pensar no que haveria de ver a seguir... Olhei e de início até pensei que era uma cópia... Mas não, lá estava a águia de bronze que pontificava na fachada principal da Chancelaria do Reich quando o edifício foi tomado de assalto pelos russos, nos últimos dias da guerra e da batalha de Berlim. A águia, ainda com as marcas das balas que se dispararam de um lado e de outro durante aqueles dias... Uma porção da História mundial ali à minha frente que tive que tocar e fotografar... Ainda agora arrepio-me só de reviver o momento.

Mas eu tinha ido ali, porque me fora dito que havia uma excelente exposição sobre o Holocausto, pelo que, depois de palmilhar cada pedacinho do -1, lá fui em direcção ao andar da referida 'exibition'. E sim, foi a melhor apresentação do que foi o Holocausto que alguma vez vi. Nada de "toma lá campo de concentrações e tipos magros para ficares com peninha"... Nada disso... Uma exposição que começa no pós-guerra, na vida dos judeus antes, durante e no pós Hitler. Verdadeiramente incrível e simplesmente arrebatador. Eu por muito que queira, creio que não conseguiria colocar aqui em palavras o quão bom aquilo foi...

Posso apenas dizer que após ter visto tudo aquilo, saí do espaço e voltei a ligar o meu telemóvel (era obrigatório desligá-lo antes de entrar no espaço da exposição) para tentar ver se tinha passado muito da minha hora de almoço. É que parecendo que não, já estava com a barriga a dar horas e não percebia bem porquê... Pois bem, ao olhar para o telemóvel, até me ia dando uma coisa... 17h01!! Eu estive mais de seis horas e meia dentro do museu, sem almoçar e mal me tinha dado conta do tempo a passar. Tendo já visto praticamente tudo no museu, lá fui eu, de sandocha em punho (ainda comi uma salada, um quarter pouder e uma cola no Mac da estação de Waterloo), de volta para os comboios que me iriam levar a Richmond.

Chegava ao fim as minhas deambulações londrinas e esperavam-me agora dois dias para relaxar, recuperar as forças e sono em atraso. Honestamente, foi o meu melhor dia em Londres. Só estive num único museu, mas valeu por todos os museus visitados até então. Só lá faltou...


"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2007-03-29

London - Day 7

Acordei mais cedo do que tinha inicialmente previsto, sobretudo porque adormecera com o pensamento em Lisboa e lá pelas 6h30 da manhã, após um sonho com um varandim de um certo prédio, não consegui mais pegar no sono. Fiquei a pensar como sentia saudades de partilhar tudo o que ia vendo e enquanto matutava nisto tudo, decidi que iria a Greenwich e voltaria mais cedo para dar um saltinho ao Natural Café para uma dose de net.

Após o ritual banho/pequeno-almoço/preparar sandochas, fiz-me à estrada e depois da viagem do costume entre Richmond e Waterloo, segui de metro até Canary Warf. Para quem não sabe, é uma espécie de Wallstreet londrino, com prédios todos modernos e, pelo que soube, também é um dos alvos a atacar pelo Bin Bin e os seus amigos…

Mas pronto, conversa à parte, eu apanhei lá uma espécie de metro/comboio e após uma curta viajem saí na estação de Cutty Sark for Maritime Greenwich. Eu contava ver o famoso barco, o Cutty Sark, mas o dito cujo está a ser restaurado e como tal só em 2008 volta a estar aberto ao público.

Após munir-me de um mapa ali da zona, tenho-o aqui comigo entre as muitas coisas que trouxe das minhas várias visitas aos museus e sítios por onde passei, andei pelos jardins do Old Royal Naval College, onde, além de estar instalado o National Maritime Museum (grátis, como se quer o museu), também existe a Trinity College of Music. E digo-vos, passear ao sol, por jardins encantadores, a ouvir canto coral (do bom, com alguém a cantar um baixo fabuloso) ou a deixar-se levar pelos lamentos de um conjunto de cordas, é qualquer coisa de fabuloso…

O National Maritime Museum acabou por ocupar grande parte da manhã e foi muito interessante, embora gostasse de ter tido mais paciência para ver tudo. Só que ao aperceber-me das horas, optei por fazer um final de visita mais rápido e tratei de almoçar antes de ir até ao Royal Observatory. O rápido lunch foi feito num banco virado para Greenwich Park e que maravilha foi…

O caminho até ao observatório é muito agradável e o edifício fica assim num alto, sendo necessário enfrentar uma senhora encosta para chegar lá acima. Mas nada de muito cansativo, embora eu, por esta altura da estadia em Inglaterra, já tivesse as pernas a lamentarem-se regularmente. Aquilo lá em cima estava cheio de gente e, claro, tudo a querer ser fotografado junto ao monumento que assinala o local onde passa o meridiano.

Eu, como bom turista, não quis perder a oportunidade e consegui que um casal muito simpático – disseram-me ser do norte de Itália –, me tirasse uma fotografia. Eu ainda visitei o observatório e confesso que gostei bastante deste bocado lá em cima, sobretudo da fabulosa vista sobre Greenwich e Londres (ao longe, claro).

Depois, e com algum desgaste já a acumular-se de tantos dias a acordar cedo, decidi então regressar rapidamente para Richmond, ainda para ter algum tempo de qualidade na net. Uma vez mais, as horas no Natural Café foram sobretudo uma oportunidade de matar alguma saudade e se me permitem, para já continuarão a ser apenas para mim…

Direi apenas que desta conversa, veio a programação para aquele que seria o meu último dia em Londres. Sexta-feira, dia 16, seria dia de Imperial War Museum. Mal sabia eu…

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2007-03-23

London - Day 6

Isto de viajar sozinho é giro, mas torna-se tramado quando queremos discutir e comentar tudo aquilo que vemos e olhamos para o vazio ao nosso lado. Senti esta falta nestes dias que estive em Londres e já prometi que voltarei lá, com a devida companhia, para ver (e rever) a cidade.

A manhã até prometia, com Richmond a apresentar-se ensolarada e com um céu de um azul fabuloso. Só que ao chegar a Londres o tempo mudou logo e acabei por deixar-me afectar de certa forma por isto. Daí certamente não ter desfrutado ao máximo deste dia em que queria ver o Natural History Museum, o Palácio de Buckingham e Picadilly Circus...

A primeira parte da visita ao museu (grátias, como não poderia deixar de ser... Para mim visita a museu só se fosse 'free admission') acabou por ser um misto de entusiasmo e vontade de arrancar cabeças. Sim, porque a exposição sobre fósseis e dinossauros estava muito fixe, inclusive com uma reconstituição de um T-Rex ("teenager" de acordo com a explicação) que mexia-se e fazia barulho e tudo... Só que eu escolhi mal o dia, porque deve ter sido o dia de "All Schools Go To The Natural History Museum"....

Ou seja... Aturar os putos aos gritos, a brincarem com as fotos, a pisarem os pés já de si desgastados de tanto andar, a meterem-se à minha frente quando tentava ler algo... Digo-vos, não houve sangue porque não calhou. Eu, que já andava meio 'blue' (sim, as saudades eram muitas) e cansado, despachei o resto do museu e acabei por rumar a Buckingham Palace logo após a sandocha do almoço.

E acreditem que fiquei desiludido... Buckingham é giro, mas acreditam vocês que a Isa (sim, a Isabel II) não me convidou para o chá das 17h, porque recebia o Presidente do Gana?? Que afronta... Enfim, fotos e mais fotos (uma da praxe em frente ao portão, claro...) e eu já estava já bem agastado. Por iso fui cortando ali por dentro, entre ruelas e ruelas, ate chegar a Picadilly Circus.

Aqui, foi o choque. Aquilo é um movimento abismal. E diz-me o Celso que no Verão uma pessoa nem sequer consegue se mexer como deve ser. Tanta gente, tanto barulho e tanda confusão deram-me cabo do sistema e por isso Após registar o momento para a posteridade com mais uma foto, meti-me no tube para colocar-me a caminho de Richmond.

Acreditem que o dia teve umas incidências porreiras (o post ficaria enorme se as contasse todas), mas o que eu acabei por gostar mais foi da cor do céu quando atravessava a ponte, já em Richmond, à caminho de casa. O céu estava assim e tirar-lhe fotos relaxou-me... Foi aí que decidi que o dia seguinte não seria no centro de Londres, mas em Greenwich para ver o meridiano.


"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"

Aniki

London - Day 5

Tenho estado a escrever sobre o Celso e o ter ficado em casa e tal, e só agora reparei que ainda não vos coloquei uma foto do Celso e da casa onde fiquei. A proprietária, a Madame Louise acredita piamente que eu, como brasileiro, sei dançar a rumba e entreteve-me numa animada conversa sobre o seu falecido marido na manhã de terça-feira, dia 13.

Diga-se que o quarto que o Celso arrenda é muito bacano e mesmo a dormir no chão (um colchão muito maneiro usei eu) aquilo rendeu com grandes noitadas de PES 5 na Xbox, os famosos burguers do GBK acompanhados de uma bela jola...

Pois bem, depois deste intróito, há que dizer que o dia de terça-feira estava reservado para uma ida a um dos pontos mais procurados pelos turistas ‘culturais’ de Londres: o Tate Modern. Ok, eu não sou um craque em arte, mas sei apreciá-la minimamente. Pois então lá fui eu, no comboio das 10h18 e mal cheguei a Waterloo comecei a andar pela margem sul do Tamisa rumo ao meu primeiro destino.

Pelo caminho, fui tirando alguns 'snap-shots' de um stand de alfarrobistas instalados debaixo de uma ponte, tirei uma foto a um banco (um dia meto um post só para explicar o porquê), de vários edifícios na margem de lá do Tamisa e por aí fora... Após uma boa e fresca caminhada, com um Sol muito simpático a espreitar, lá cheguei a dois dos meus destinos previstos naquela primeira parte da manhã.

O Tate Modern estava lá, imponente e já com um senhor movimento nas imediações... Só que eu contava, depois do museu, atravessar o Tamisa pela Millenium Bridge, outro ponto muito apreciado pelos senhores turistas... Mas vejam lá a minha sorte, estava encerrada para manutenção...

Enfim, não desanimei e entrei para umas valentes horas de dose cavalar de arte moderna (e não só). Uma das coisas que mais gostei de ver foi esta escultura que aqui vos deixo... 'O Beijo', de Auguste Rodin. E já agora, deixem-me que vos diga que se coloco aqui a fotografia da escultura é uma 'private' para certa pessoa que ralhou comigo por eu ter admitido que não conhecia a escultura. Pois bem, aqui tens e eu vi pessoalmente... Aliás, até lhe toquei!

A etapa seguinte seria ver o The Globe, teatro do William Shakespeare, só que as 9 libras pedidas à entrada não eram compatíveis com o meu orçamento super-controlado, pelo que continuei a andar até chegar à Tower Bridge. Sim, a famosa Tower Bridge na qual levam cinco libras para um passeio nas alturas. Claro está que eu me contentei de uma travessia junto aos fumos dos escapes, mas ainda assim consegui umas fotos bem giras!

Do outro lado, já se via a Torre de Londres... Outro sítio a visitar no futuro já que se pediam 14 libras para um passeio lá dentro. Na minha condição de turista pobre, fiz as fotos cá de fora e, graças à colaboração de um turista inglês, de uma cidade perto de Newcastle, lá tirei uma fotozita com o fosso e as muralhas da Torre de Londres em pano de fundo. Por esta altura, já eram umas 15h00 e eu decidi dar uma esticão a panantes até St. Paul's Cathedral. Claro que o almoço (a sandocha do costume) já tinha ido e tava a ficar com uma ligeira larica.

Pelo caminho, fui trincando a outra sandocha e uma maçã... Mal tinha eu terminado isto, e já com a igreja em vista, fui abordado por uma jovem que estava claramente perdida e que me perguntava por uma certa rua. Ok, eu sou turista, de Londres conhecia nickles, mas tinha comigo o "London A to Z" , que é o guia a ter quando se vai a Londres. Certo é que foi o camone a ajudar a menina (que veio 10 vezes a Portugal, disse-me ela) a não chegar atrasada à sua entrevista de emprego. Uma boa acção em solo estrangeiro conta mais pontos, não conta?

A visita a St. Paul's fez-se rapidamente e como já se fazia tarde e as minhas pernas já se queixavam, entrei no tube e voltei para Waterloo, já com planos para a visitia do dia seguinte. Já agora, digo-vos que estava tão cansado que adormeci que nem uma pedra nesta noite... E bem fiz eu, porque o dia 6 estava à espreita!

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

Ps: se isto não é um post visualmente bem documentado, não sei o que será....

London - Days 3&4

E ao sétimo dia ele descansou… Não vejam nisto qualquer tipo de aproximação do meu eu ao do Nosso Pai, mas foi o que de facto aconteceu. Com o cansaço acumulado de um dia de viagem e de outro dia a palmilhar as ruas de Londres, acabei por passar o dia de domingo a fazer ronha e optei por ficar por casa. O Celso trabalhava das 12h às 17h, pelo que fui comprar uma pizza e fiquei a ver o Chelsea a jogar a primeira-mão da FA Cup com o Tottenham, para depois ver o início do Inglaterra-França, em rugby, a contar para o Torneio das 6 Nações.

Mais para o meio da tarde, ainda tentei ir à Internet num café ali perto (ainda não tinha contactado com a maravilha que é o Natural Café), mas não conseguir obter qualquer ligação e acabei por voltar para casa. Sim, um domingo pouco emotivo, mas que acabou por me ajudar a recuperar algum do sono em atraso.

Para segunda, o plano inicial era voltar a Londres, mas tinha sido avisado que tinha um email a minha espera e como também queria matar alguma da saudade que senti logo à partida para Inglaterra, decidi ficar por Richmond mais um dia.

Sim, poderia perfeitamente ter esperado… Mas há alturas em que o próprio corpo já se queixa da ausência de quem gostámos e como tal lá fui até ao Natural Café. E vocês não sabem com ver um nick aparecer assim no canto inferior direito do monitor pode fazer o nosso coração dar um salto…

Enfim, o dia foi muito meu, pelo que direi apenas que estava a precisar daquele bocadinho. No dia seguinte, terça-feira, e até sexta-feira, Londres voltaria a ser o meu destino diário…


“A lealdade e o respeito são uma forma de vida”
Aniki

2007-03-17

London - Day 2

Sábado, dia 10. Acordo às 9h30 e apresso-me a tomar um duche, trato do meu pequeno-almoço rapidamente e faço duas sandochas para levar comigo nesta primeira incursão ao centro de Londres. A caminho da estação tiro umas quantas fotos do rio Tamisa a passar por Richmond. O sol traz muita gente para umas esplanadas ali instaladas e já há bastante movimento…

Na estação, pago cerca de 34 libras por um passe semanal que me vai durar até ao dia 16. Uma coisa fantástica neste passe é que posso andar em todos os transportes públicos: comboio, tube, autocarros e até em alguns barcos que fazem serviço de ligação no Tamisa. O meu destino, como em todas as viagens a partir de agora: Waterloo.

A estação está estrategicamente colocada na margel sul de Londres e dali chega-se aos principais pontos de interesse da cidade. Neste meu primeiro dia, apostei no seguinte circuito: Big Ben, Westminster Abbey, Downing Street (o Tony mora no número 10), Trafalgar Square e National Gallery.

Infelizmente, escolhi mal o dia para a minha primeira visita, já que sábado é dia de turista andar a palmilhar as ruas de Londres. E há de tudo: japoneses, chineses, coreanos, alemães, holandeses, franceses (umas melgas estes), americanos, espanhóis (estes então são mesmo dos piores) e até ingleses… No meio disto tudo, lá ia eu, tirando uma foto aqui, outra acolá e, claro, sem aparecer nas ditas cujas muitas vezes.

Sim, que isto de andar a turistar sozinho tem esta desvantagem, é sempre preciso pedir a alguém o favor de tirar uma foto nossa junto a um ponto de curiosidade qualquer. Depois de atravessar a Westminster Bridge e tirar algumas 40 fotos à vista, ao Big Ben e ao Parlamento, o estômago queixou-se e lá parei eu no Parliament Square para almoçar: cuscus comprado no Tesco e uma sandocha, tudo isto regado com uma Coca-Cola light.

E Londres é de facto um mundo dentro do Mundo. Logo ali, enquanto ia comendo, desce pela Whitehall (uma bruta avenida fantástica) uma manifestação a pedir a retirada da China do Tibete. Tirei umas fotos, algumas das quais, acredito, até seriam publicáveis. Posso não ter grande sentido artístico, mas para fazer fotografias mais ‘press’ até tenho um jeitinho.

Dali desci a rua dos ministérios (uma paralela a Downing Street) e depois de passar pelo impressionante edifício da Horse Guard, juntei-me a outro bando de turistas para tentar espreitar o número 10 na porta da casa do PM. O Tony não veio a rua dizer olá à malta, mas eu até consegui uma foto jeitosinha…

Já se ia fazendo tarde e eu queria era ver mais de Londres. Por isso siga a subir a Withehall até Trafalgar Square. Porque é um ponto de tremenda referência, pedi a um alemão, depois de me ter esmerado a tirar-lhe uma fotografia com a Coluna do Nélson em pano de fundo, que me retribuisse o favor. O palerma não vai de modos e pumba, faz isso… Ou seja, eu apareço, mas a coluna só a base…

Atravessei a praça, que estava a ser palco de uma manifestação por parte de uma associação de defesa dos direitos das mulheres no Zimbabué (juro que não é mentira…), entrei na National Gallery. Meus amigos.. Fartei-me de andar, cansei-me para caramba, mas valeu TANTO a pena…. Eu não me considero um entendido em arte e muito menos em pintura… Mas quando se olha para talento, sabemos admirar mesmo não sendo ‘peritos’…

Depois, quando saí, já se fazia tarde e volti para Waterloo. No caminho ainda comi uma sandocha que me restava e parei num outro Tesco – é tipo o sítio ideal para comprar comida a bom preço –, para comprar um batido.

Apesar do cansaço, ainda deu para ir beber uma cerveja num pub perto da casa da Emma e que fica em Richmond Hill. O sítio é fabuloso, com um óptimo ambiente e foi uma óptima forma de encerrar este segundo dia de Inglaterra…

Mais das minhas aventuras já a seguir…

“A lealdade e o respeito são uma forma de vida”
Aniki

Ps: como podem reparar, isto já foi há uns dias, mas nos próximos tempos os posts vão ser assim.. Em estilo flash-back e muitos deles serão já colocados no blog quando eu estiver em Portugal. Parecendo que não, o escrever à posteriori faz ressaltar o essencial de cada dia =o)

2007-03-15

London - Day 1

Mai nada meus amigos! Em directo “live” de Londres, mais exactamente no ‘Natural Café’, em Richmond. Infelizmente na domus do meu caríssimo Celso não há net (e as redes por perto que não estão protegidas têm fraco sinal), pelo que vim até aqui falar-vos um pouco dos primeiros dias em solo britânico.

Mas antes, há que começar pelo começo, como certa vez um colega fez notar com pertinência. Sexta-feira, depois de uma viagem de 2h15 (o piloto foi 15 minutos mais rápido do que o previsto) cheguei a Gatwick pronto para a aventura. Após passar pelo balcão dos serviços de Imigração - só vou ser português no final do ano e até lá tenho que sujeitar-me a ser tratado como um cidadão ‘não-europeu’ – fiz a minha primeira compra inglesa.

“I want a single to Richmond… It has to be via Clapham Junction...”. Exceptuando o facto de falar muito baixinho, o que me obrigou a repetir a frase previamente ensaiada, devo dizer que a senhora percebeu-me lindamente e lá gastei as minhas primeiras 9,80 £. O terminal de Gatwick mais parece um daqueles centros comerciais antigos e de aeroporto, se tirarmos de lá os aviões, não há grandes semelhanças.

A viagem no comboio da Southwest Train foi muito rápida e com as primeiras mensagens a serem enviadas a quem de direito. Chegamos então a Clapham Junction que é uma espécie de Entroncamento, mas para machos… É que, foi me dito, trata-se de uma das maiores estações de comboio da Europa. Não pelo seu tamanho, mas pela quantidade de linhas que ali se cruzam. Um comboio inglês não é comboio inglês se não passar por lá… Ok, pela imagem aqui ao lado até pode não parecer verdade, mas acreditem que aquilo mete respeito.

Veio depois a breve viagem até Richmond.. Aí uns 10 minutos, se tanto. Aproveito aqui para falar da qualidade das carruagens de um comboio inglês. Embora estreitas no corredor têm um arzinho todo pipi e muito bem cuidadinhas. Lá está, parece mariquice, mas um tipo no estrangeiro vai reparando estas cenas, não é?

Ao sair da plataforma, lá dei de caras com o Celso! Blazerzito vestido, cabelo para cima com um tanico de gel e mochila ao ombro. Depois dos sonoros cumprimentos trocados em português, toca a andar para casa. Fiz então a minha primeira incursão pela ‘colocar nome da rua principal’, a mais movimentada artéria de Richmond.

O caminho que me pareceu longo na ida – creio que sempre que vamos a algum lado pela primeira vez acontece isso… Bem, e as malas também eram incómodas o que terá ajudado ao sentimento de distância – revelou-se, na realidade, um excelente passeio, a fazer a qualquer hora do dia. Instalado que estava e após a entrega das lembranças, voltamos ao centro para comprar comida.

Por esta altura, cerca das 16h00, a vaga lembrança de alimento no meu estômago era uma sandocha trincada à pressa antes de embarcar, aí às 10h00. É que no avião, pagava-se pela comida, pela bebida, vendiam raspadinhas e, já quase na hora de aterrar, ainda passaram um saquinho para a caridade (pesquisem lá sobre o Comic Relief e vão perceber do que se trata).

Depois de uma volta um tanto maior, que nos fez passar por um parque muito castiço e no qual estão marcados, sem brincadeira, alguns 8 campos de futebol de 11 (tudo de graça…), lá chegamos a casa e trincamos qualquer coisa. O Celso estava com alguma pressa por tinha que ir trabalhar num part-time que arranjou num restaurante bem maneiro (servem uns hambúrgueres fabulosos, do melhor que comi até hoje) e por isso deixou-me por casa, até porque eu também já pedinchava por um bocadinho de cama.

Dormi pesado até perto das 21h00, ou seja, umas quatro horas que souberam que nem ginja. Ao acordar, dei por mim outra vez com fome e com aquela vontade de um prato quente. Após muitas considerações, praí uns 15 minutos porque voltei a cair ferrado no sono até às 22h00, decidi ir ao tal restaurante para ver se o burguer era mesmo de valência. Aprovadíssimo o repasto, acompanhado de uma cerveja neozelandesa, vim para a rua para fazer tempo e esperar pelo Celso.

Sim, os ingleses bebem e quando bebem ficam a fazer coisas tontas na rua. Três brigas (duas em que eram só rapazes e uma só com raparigas) e uma conversa com um bêbado que, só ao fim de algum tempo é que percebi, queria que eu lhe chamasse um táxi, no espaço de uma hora. Ainda assim não fiquei horrorizado (talves a cat-fight entre as miúdas me chocou um bocado porque era cada puxão de cabelo que até em mim doía), até porque na maioria os tipos querem é divertimento e são, mesmo tocados e alcoolicamente alegres, muito porreiros.

Depois, bem, foi voltar para casa e dormir… É que no dia seguinte ia invadir Londres pela primeira vez…

O bêbado – Hey mate… Cudjupliscolétaxiforemi?
Eu – Sorry?
O bêbado – Aichei… Cudjupliscolétaxiforemi?
Eu – You want a taxi, is that it?
O bêbado – Yeah... Fanks mate



“A lealdade e o respeito são uma forma de vida”
Aniki

Ps: devido a sucessivas incurssões no centro de Londres, só hoje consegui colocar este post online. Se tudo correr bem, entre amanhã e domingo ainda meto mais umas coisitas por cá, que vou escrevinhando quando chego a casa a noite. Abraços!!

2007-03-09

Vai passar rápido...

5h00. Estou com uma directa em cima, com a maior parte das coisas já na mala e a preparar-me para um banho. As 8h30, conto estar no aeroporto para o check-in e, correndo tudo bem, quando forem 13h00 em Portugal continental estarei a aterrar, à mesma hora, no aeroporto de Gatwick, em Londres!! Estou finalmente de férias e é hoje o pontapé de saída de uma viagem da qual tenho grande espectativa.

Não sei até que ponto terei acesso à Internet durante a minha permanência em terras de Sua Majestade (aqui é mesmo a rainha Elisabete II), mas trabalhando o Celso com esta área, acredito que pelo menos haverá hipótese de passar por cá ao final de cada noite para meter a conversa em dia com os que aqui ficam. E claro, espero também ir fazendo uma espécie de relatório diário das minhas actividades por lá (levo o portátil comigo), ilustrado pelas magníficas fotos que pretendo tirar...

Mas acreditem que se vou contente por reencontrar o Celso - levo o prometido Queijo da Serra e um chouriço do bom para mostrar aos bifes o que é uma petiscada 'à la tuga' -, não deixo de sentir um ligeiro aperto cá dentro... É que ontem à noite, depois de sair do trabalho e ter passado no El Corte Inglés para uma compra de última hora, não pude deixar de passar junto ao meu varandim.

E acreditem que deixar aquele varandim por visitar durante 10 dias é qualquer coisa para deixar um tipo assim já com saudades ainda mesmo antes de ter ido embora. Mas pronto, são apenas 10 dias e num nada estou de volta.

Por isso, um até já a todos...

Ele - Vai passar rápido, não é?
Ela - Sim, vai passar rápido... É só uma semana e mais três dias... Vai passar rápido, não vai?
Ele - Sim, rápido...

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2007-03-05

The balcony...

Como eu dizia no post anterior, a minha noite de domingo (ou terei que considerar que foram as primeiras horas de segunda-feira?) só terminou depois de um acto impulssivo. Algo que tudo em mim não deixava de gritar: "Vai e faz"!! Mas seria esta a atitude mais correcta? Não seria demasiado louco? Afinal, parece que não...

Eu já falei aqui do meu carro, a minha bomba que tanto problema me deu, mas que também me tem sido de um precioso auxílio. Acreditem, um carro é uma tremenda independência. Há a clara contrariedade de pagar parques e afins, mas deixamos de depender de transportes públicos com horários malucos e pouco fiáveis... E neste caso, neste meu momento de devaneio, o Clio 1.5 dCI Turbo revelou-se essencial! Sem ele, não teria sido possível...

Devo confessar que a propria ansiedade provocada por este gesto impulsivo fez desaparecer o cansaço e até nem senti tanto o frio que, sem eu dar conta logo de início, me fazia tremer ligeiramente. O trajecto até nem foi muito demorado... Pouco mais de 10 minutos - 12, para ser exacto -, entre o jornal e o varandim...

Ok, não foi com tanta luz, nem com estas cores outonais e muito menos com um varandim neste estilo mais 'colonial'... Mas acreditem, que para mim foi a melhor visão do dia. Demorei-me, sei lá, uns curtos cinco minutos... Garanto que não foi mais do que isso. Cinco minutos, em frente a um varandim (ou terei que dizer varanda), com pouca luz, mas que radiava perante os meus olhos.

Naquele momento, nos poucos instantes que ali estive, foi tudo perfeito. Faltou a Lua para completar a graciosidade da cena, mas na madrugada de domingo ela eclipsou-se e pelos vistos não quis regressar nas primeiras horas de segunda-feira. E, diz quem sabe, que ali naquele varandim foi possível vê-la desaparecer...

Mas atenção, pois isto é um segredo ou, como diz o dicionário, "algo que se quer cuidadosamente ocultar ou se não deve dizer".

Na peça "Mrs Warren's Profession", do escritor e dramaturgo (e jornalista) irlandês Geroge Bernard Shaw, pode ler-se isto: "Não existem segredos mais bem guardados do que os segredos que todos adivinham". Ok, a história da obra é algo estranha, mas é uma boa frase, não acham?

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2007-03-04

O meu domingo

Domingo. Coloquei o despertador para as 8h45, naquela de ter tempo para levantar, tomar o belo do banho, comer o meu pequeno-almoço e sair de casa com tempo de ir nas calmas para a igreja. Sim, porque este domingo, após um bom tempinho, voltei a ir à minha igreja, ali na rua Filipe Folque. Um dia, com mais calma (neste momento estou de piquete no jornal à espera de uma 'vala' na última para escrever sobre um roubo de uma caixa multibanco), posso tentar explicar o porque do meu 'afastamento' no que à frequência da minha igreja diz respeito.

Certo é que Ele sabe o que faz e esta semana disse-me claramente que eu precisava ir até lá. Só que o cansaço do futebol na véspera - eu disse que ando numa forma do catano... -, aliada ao desgaste de um dia intenso na redacção do CM acabaram por fazer com que eu desse um chega para lá ao despertador às 8h45, acordando sobressaltado já eram 9h30. Moral da história? Foi correr para fazer tudo o que queria ter realizado nas calmas...

Enquanto ia aquecendo a toalha para o banho (eu um dia explico, mas hoje não), sorvi rapidamente os cereais e zuca para o duche. Á lavagem rápida, porém minuciosa e aplicada, veio o espinho: secar o cabelo, tipo 'beto' (mas não sou!!) e penteá-lo! Vá lá que após meses de gadelha tão farta, já vou ganhando o jeitinho para tratar do assunto rapidamente. Tanto assim foi que ainda cheguei antes mesmo do encerramento da EBD.

A mensagem foi dada por um pastor português que exerce o seu ministério no Canadá, o Pr. Pedro Neves, que pregou no VT (I Reis:19, 1-8). Gostei do recado que ele trouxe á igreja... Foi uma pregação que eu também precisava ouvir... Mas adiante! Eu sou profundamente musical, pelo que uma da coisas que me fascinam num culto são os hinos (vá Cavaco... mais uma achega para um dos teus posts recentes). E nós encerramos o período pós-mensagem com o "
Deixa o Salvador Te Ajudar". Um dos meus preferidos...

Veio depois um dia de piquete na redacção. Entrei às 17h00, vi o Sporting empatar (o que para um benfiquista é sempre bom, sobretudo quando ainda se vê o Liedson expulso aos 21') e antes de vir para casa deu-me uma vontade... Há dias assim, em que sentimos que devemos fazer algo e por isso, nem que seja meio louco, acabamos por fazê-lo. Digamos que a minha noite só terminou depois de uma visita a um certo local... Mas isto fica para o próximo post, que vem já a seguir.... =o)

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2007-03-03

Este é claramente clubístico!

Quem me conhece e já se habitou a ler este espaço, sabe que há algo que eu prezo acima de tudo: o respeito! A Liga Portuguesa de Futebol Profissional decretou que os jogos da 20.ª jornada só começassem após de se cumprir um minuto de silêncio pela memória de Bento. Para quem não sabe, tratou-se de um dos maiores guarda-redes de sempre a actuar em Portugal, foi internacional pela Equipa das Quinas em 63 ocasiões (foi mesmo capitão em 23 ocasiões) e esteve presente no Campeonato da Europa de 1984 e no Campeonato do Mundo de 1986.

E sim, depois de ter começado a sua carreira no Barreirense, o Bento esteve 20 épocas ao serviço do maior clube deste país, o Sport Lisboa e Benfica, tendo disputado 611 jogos (447 golos sofridos). Com a camisola do Benfica, Bento conquistou 8 Campeonatos Nacionais e 5 Taças de Portugal.

Eu até compreendo que alturas houve na vida de adeptos de outros clubes, em que o Bento era um tipo massacrado, insultado, detestado, e por aí fora... Só que esta noite, no tal minuto de silêncio que supostamente deveria ter sido respeitado no estádio do "outro clube portuense que o Boavista", houve um grupo de meninos idiotas, que andam no futebol para ganhar dinheiro e fama de gente grande, que optou por cantar e insultar o Sport Lisboa e Benfica.

Fica assim bem patente a tremenda falta de educação desta gente saída das entranhas de uma qualquer meretriz ou mulher de má vida, como lhe queiram chamar, oriunda ali da zona da Ribeira do Porto. E atenção, não estou a referir-me à gente civilizada, aos verdadeiros adeptos do futebol, que sabem colocar de parte as rivalidades futebolísticas quando em causa está o desaparecimento de um antigo internacional português.
Estes, apercebendo-se do que se passava naquele bucaro de estrume ocupado pelos ditos animais, aplaudiram, numa tentativa de tentar calar ou abafar esta inqualificável falta de respeito.

É por isto, porque certamente a besta que preside ao clube em causa até terá sorrido perante mais esta 'traquinice' dos seus capangas e homens de mão, porque continuam a proclamar uma vontade de se verem livres dos parasitas de Lisboa (que é quem sustenta a pseudo-riqueza e os modismos de gente abastada que se respira por aqueles lados), porque acham que sendo independentes conseguiam sobreviver 'ad eternum' sem o dinheiro que sai da capital, é por isto que o fosso entre Norte e Sul neste país está como está.

Sim, porque esta mania da inferioridade é típica da região povoada por estas bestas cujo nome não há de conspurcar este blog. Saibam que em Lisboa, os tais 'mouros' que trabalham para sustentar a dita região, não estão de todo preocupados com isto.

E porque eu disse que isto é um post claramente clubístico, digo apenas isso: A vossa inveja é o nosso ORGULHO! - Sport Lisboa e Benfica

Aniki

2007-03-02

Algures entre Cascais e Sintra...

Dois dias de folga, dois! E que belas folgas amigos... Ok, acordei cedo nos dois dias, mas valeu tanto a pena... Por onde começar? Primeiro, falemos do dia de quinta-feira, que começou aí por volta das 8h45... A primeira etapa passou pelo fazer a barba. E aqui abro desde já um parêntesis para explicar que eu para estas coisas sou do mais preguiçoso que há! E além disso, tenho uma barba muito "rala" e nada rija...

Tenho tendência a dar valentes navalhadas na face quando faço a barba à pressa, pelo que tenho sempre que tratar deste ritual com a maior calma do mundo. E tem outra coisa: as mulheres queixam-se da depilação, eu reclamo da barba! É que andar nisso todos os dias acaba com a pele pá! Mas felizmente há gente compreensiva e que até tolera o efeito lixa...

Vai daí, depois da bela da banhoca, foi vestir a roupita, os Adidas Dragon e meter-me no carro! Lá fora, o Sol estava muito bom, o céu de um azul limpinho que mais parecia um tempo de início de Primavera. Da minha casa até ali ao Bairro Alto é um saltinho. A etapa seguinte foi o almoço na rua Filipe Folque, num tibetano que dá pelo nome de Himalaia. Almoço de grande nível, sem dúvida alguma. Vale a pena o dinheiro (não é muito) que se paga!

E porque o tempo não pára - eu bem tento ter ideias para que tal aconteça, mas quem manda no tempo é Ele - e porque os caramelos da EMEL não dão tréguas, foi entrar outra vez para o carro e seguir para algum lado... A dúvida era: para onde? O carro lá foi andando e o tempo pedia um saltinho a Cascais. Não, não ao pub irlandês, mas à bela da esplanada... E assim foi... Depois do café (sabe sempre melhor quando tomado à beira-mar), vieram os bancos junto à praia até ao anoitecer! E cá fica mais um 'pointer': ver a noite chegar sobre a baía de Cascais, com o tempinho que esteve na quinta-feira é... AI UI (como se disse muito no camps de JovII no ano passado).

Dispenso os comentários do regresso ao Dafundo, porque estes são sempre mais musicais do que falados e, claro está, nunca sabem tão bem... Deixam sempre aquela sensação de que soube a pouco!

Hoje lá fui eu outra vez... Acordar às 8h45, sair da cama às 9h20, voltar para a cama com os cereais às 9h23 e ir ao banho às 10h00. O tempo já não estava grande coisa, mas mesmo assim, não estava a chover. O que pelos tempos de hoje, depois de um inverno muito molhado, até é bem vindo. Almoço no Vasco da Gama e após uma curta passagem pelo Bairro, direcção rua João Crisóstomo 72... É dia 2 e há que colocar no sistema as despesas do mês... Um dia prometo que vos explico como isto tudo funciona.

Ainda fui ali ao El Corte Inglés a ver se encontrava alguma chuteira baratucha (as minhas andam com um belo de um buraco na lateral... Até areja o pé, mas tou a ver aquilo romper de vez num remate mais forte...), mas não havia nada com preço em conta. Fica aqui mais uma ideia se não souberem o que me dar como prenda - sim, já fiz anos, mas podem querer dar-me uma prenda assim do nada... -, a saber, umas chuteiras para pavilhão/sintético, de preferência da Adidas e no tamanho 45... Sim tenho os pés assim para o grande!

Mas pronto, estava eu a contar-vos a minha tarde... Volto ao carro e lembro-me que há em Lisboa gente a manifestar-se (aí umas 100 mil entre o Saldanha/Restauradores/Assembleia da República). Começo por evitar a descida ao Marquês porque o mais certo é estar tudo parado. Vou até ao Parque Eduardo VII, corto pela Artilharia I e nada feito... Primeiro bloqueio... Comecei a cortar ali por dentro numa sucessão de raviengas e guinadas repentinas pois tinha tempo contado para voltar ao Bairro Alto.

Pensei seguir pelo Rato e depois ir até à rua da Esola Politécnica e chegar ao meu destino via Príncipe Real... Mas no Rato lá estava o Sr. agente do trânsito a mandar subir em direcção à Estrela, o que me parecia muita má ideia, porque a quantidade de carros parados era abismal. Vi dois artistas, aparentemente conhecedores dos recantos, a cortarem por uma ruela. Fui atrás e fui dar à rua da Imprensa Nacional...

Sei que para quem não é de Lisboa (e mesmo para alguns) isto deve andar meio confuso, mas acreditem que isto tudo tem um propósito...


Entre um pára-arranca e outro, lembrei-me que tinha comigo um bem preciosíssimo que poderia dar alguma ajuda. Coloquei-o bem à vista e, que milagre amigos... Tipo Mar Vermelho aberto ao meio... Cada bloqueio onde chegava os agentes apenas espreitavam para dentro do carro, viam lá um cartãozinho pequeno e toca a abrirem-me caminho...

Já no meu destino no Bairro Alto, voltou a surgir a pergunta: para onde? O tempo não pedia Cascais, pelo que veio logo à mente um bom sítio para um lanche de final de tarde: Sintra! Meio travesseiro (sim, meio...), uma queijada e um UCAL fresco na Piriquita, com música e tudo... "K's Choice" para quem quer saber o que ouvia!

Quando saí de Sintra, já era de noite e vejam vocês que ainda tive outra surpresa antes de voltar para casa: não é que encontrei o M!! Nada como uma curta paragem, o nosso secret hand-shake, dois dedos de conversa, um abraço e o secret-handshake again para a despedida... Soube bem, acreditem!

E pronto... Levam com um mega-post que dará certamente para muitas perguntas e comentários. Desculpem a demora em actualizar o dito cujo, mas entre trabalho e estes dois dias de folga não tive grande tempo para aqui parar!

Até breve, se tudo correr bem!

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki