Há dias em que o nosso acordar coincide com momentos de grande clarividência, alturas em que a nossa mente, saída daquele estado de sonolência, atinge níveis de cogitação impressionantes
Dei por mim, há coisa de uma semana, a acordar numa cama em Viseu (na casa do Dani e da Ana) com o seguinte pensamento: "De que serve tudo isto?". Não que andasse com pouca vontade de viver, antes pelo contrário, anseio é por oportunidades de viver a vida ao máximo, de forma plena... Ele quer que assim seja, sempre dentro dos Seus preceitos, é claro, mas Ele nos criou para saborearmos a vida, mesmo quando estamos a trabalhar.
A questão principal é que quando chegamos a um ponto em que o nosso trabalho deixa de ser algo de que gostamos e passa a ser algo de que precisamos, alguma coisa está defitivamente muito mal. Tenho falado disto com muita gente e, honestamente, não é apenas "depressão pós-camps", mas antes uma situação cada vez mais palpável no meu dia-a-dia.
Olhando para trás, vejo que tudo isto começou a ser 'plantado' há coisa de quatro anos. É que Ele tem formas incríveis de actuar na nossa vida e, sendo certo que Ele chama as pessoas, também acredito que Ele as prepara para uma chamada. E de há quatro anos para cá, muito mudou e ainda está a mudar na minha forma de ser.
Confesso que a minha perspectiva de ministério não se resume ao 'posto' de pastor. Creio que se surgir uma chamada não será tanto para isso - vai daí, também dava como certo ser jornalista para o resto da vida... -, mas sim para um campo missionário. Não, não quero viajar para o estrangeiro sob pretexto de pregar o Evangelho... Até porque para mim Portugal é um vasto e desafiador campo, onde ainda há muito por fazer. E aí, o trabalho com jovens pode ser uma óptima forma de empregar o meu tempo para Deus.
No fundo, e na minha forma muito racional de olhar para a vida, acho que aguardo pelo dia em que, tal como Samuel, Ele chame pelo meu nome e eu tenha a sapiência (ou será antes o termo "coragem") de responder: "Fala que o teu servo escuta".
"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki
O que mais posso dizer? Estou feliz e basta. Em japonês, a palavra 'felicidade' escreve-se assim e pronuncia-se "Koufuku". E eu, às 2h39 da manhã, quando escrevo estas curtas linhas, apenas posso dizer que estou muito feliz.
