2006-11-30

"Síndrome de Scrat"

Honestamente, qualquer dia faço desta história um romance! Há notícias frescas e nada boas, caríssimos! Por onde começar? Bem, passavam 10 minutos das 17h00 quando o Manel, mecânico que ficou de ver-me os níveis do CO2 ligou-me a dizer que podia ir buscar o carro. Perguntei logo se estava tudo em ordem, ao que ele me responde: "Tiago, venha cá que preciso falar consigo pessoalmente"...

Como seria de esperar, foi quanto bastou para me pôr numa pilha de nervos. Mas antes de sair ainda tive que suplicar que me concedessem duas horas para ir a Alverca e voltar para ver o que se passava. Lá fui, à boleia com um amigo. Quando cheguei, o carro estava arranjadinho e ainda esperei que tudo não passasse de imaginação minha.

Mas como tem sido hábito nos últimos dois meses, a notícia teve o mesmo efeito que um pontapé no estómago (ou nos tomates, consoante vos parecer melhor): o carro está chipado, alteração efectuada na centralina para dar maior andamento ao carro... Previsão de arranjo: entre 1.000 a 2.000 euros!!! "O que tens que fazer agora é pegar no carro, levá-lo ao 'stander' (foi dito mesmo assim) para que eles o 'pogramem' (também foi dito assim) como deve ser. A culpa é deles", disse-me o Manel entremeando o discurso com desculpas por não ter conseguido safar-me.

Depois de muito o agradecer - ele tem sido verdadeiramente impecável no que trata aos desenrasques com o carro -, despedi-me do Manel, meti-me no carro e vim a carburar a altas rotações até Lisboa. Destino: Renault do Areeiro, local que me foi indicado pelo tipo que me vendeu o Clio, depois de uma primeira desancada via telefone. E lá está, em vésperas de feriado prolongado, o típico trabalhador tuga, que já tem por hábito fazer corpo mole para vergar a mola, aproveita sempre para encostar-se mais!

"Não vou conseguir pegar no carro antes do dia 14", começou por dizer o funcionário da Renault, que já vinha reclamando com os colegas que já passavam 15 minutos da sua hora, antes de continuar no mesmo tom animador: "Aliás, também não posso ficar com o carro aqui. Isto não é uma garagem". Porreiro, pensei eu... Enquanto sentia uma veia a pulsar na minha têmpora direita, saquei do telemóvel, liguei outra vez para o tipo do stand e vai de lá outro avianço verbal.

Resultado? "Traga-me o carro aqui que eu vou arranjar forma de que ele fique pronto antes disso. Para hoje não lhe consigo um carro, mas na segunda-feira de manhã garanto-lhe uma vitura de substtuição pelo tempo que durar o arranjo? Combustível? Não se preocupe. Terá um depósito cheio ao receber o carro". E lá fui eu para a Alves Redol, sempre em ritmo acelerado para deixar o carro. No 'stander' (pronúncia à Manel), aproveitei para dar mais uma achega ao agora solicito vendedor e, claro está, informar os muitos clientes presentes no local, com a minha sonora voz, sobre a trafulhice de que vinha sendo vítima.

Mas sabem o que me deixa mais chateado nisso tudo? É que não devo ter carro a tempo de ir buscar o Celso no aeroporto, na próxima segunda-feira de manhã... E isto, quem é que me compensa? Tristeza...
Sabem, já chego ao ponto de conseguir identificar-me com o Scrat! Não é alucinante? Enfim...

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

Cid is on the way!!

O Celso vem a caminho. Segunda-feira, se já tiver o carro de volta e se Deus assim o permitir, estarei logo pela fresquinha, no Aeroporto da Portela, para dar uma boleia ao nosso mano radicado em terras de Sua Majestade. Já não o vejo desde Agosto, desde o casório do meu mano, e o seu regresso, embora provisório, é motivo de grande regozijo! Celso, fica desde já prometido um pequeno-almoço à tuga, com direito à meia-de-leita e tudo, bem como um almoço à nossa moda! E mais caríssimos... Com a chegada do Celso adivinha-se uma noite 'à ShoG' para muito breve... Com sorte ainda nos ajudas é com a cantoria dos anjos, não acham manos?

Outra coisa que merece aqui ser referida: quero agradecer do fundo do coração a todos aqueles que me têm dado, quer aqui no blog, quer no messenger e até pessoalmente, algumas palavras de encorajamento, alento e carinho. Peço desculpa se nem sempre respondo ou dou sinal de que as mensagens foram lidas, mas garanto-vos que sabe bem vermos que temos guerreiros espirituais a orar ao nosso lado.

Queria ainda aproveitar para mandar um forte abraço ao people do camps que vai parando por aqui de quando em vez. Ando com saudades de H2O, do ambiente, dos 'ai ui', do sino (lol) e, sobretudo, da koinonia. Perdoem-me esta personalização, mas quero mandar uma beijoca especial para a minha estimada Paulinha, que tem sido uma indefectível comentadora do blog!

E agora, porque e tarde e amanhã vou voltar ao trabalho, vou para a cama. Só espero conseguir dormir hoje.

Antes de terminar, quero aqui trazer algo do Livro que a Paulinha usa constantemente no messenger e que foi para mim uma inspiração nos últimos dias.
Filipenses 4:13 - "Posso todas as coisas Naquele que me fortalece". Amén!

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2006-11-29

'Melagcholia'

Desde que voltei ontem para casa que fui atacado por uma incompreensível melancolia. Não me perguntem a razão, porque nem eu sei bem explicar o que se passa. O certo é que este estado levou-me a recuar no tempo e rememorar uma altura da minha vida durante a qual passava as minhas madrugadas em claro, qual típico ser noctívago, ouvindo música e adiando ao máximo o momento de mergulhar nos braços de Morfeu...

Esta fase, que durou uns bons dois anos (com consequências bem vivas ainda hoje no meu dia-a-dia), passou... mas nunca chegou a desaparecer por completo. Digo isto porque de vez em quando vejo-a voltar, em véspera de um regresso ao trabalho ou nas alturas em que, por uma razão qualquer, a vida não me sorri.

Não a recebo de forma angustiada, pois de certa forma até me agrada a melancolia. Acho que é algo de profundamente belo porque, na maior parte das vezes, leva-nos a um estado de solidão. Sim, estar só é mau... Mas aprende-se muito com a solidão, com a quietude no nosso pensamento e com o isolamento do resto do mundo. É engraçado como aprendi a conhecer-me melhor e cresci enquanto pessoa depois de muitos destes períodos em que afastava de tudo aquilo que me rodiava.

Com este 'état d'âme', costuma surgir um reapaixonar pelas músicas mais sombrias, mais tristes, mais melancólicas (lá está...). Gosto, por natureza, deste tipo de sonoridade que seria pouco recomendável para arrebitar os espíritos de alguém que está na mó de baixo.

Uma das músicas que mais aprecio nestas minhas horas é a "Ouvi Dizer", dos Ornatos Violeta (do CD 'O Monstro Precisa de Amigos'). Se acham boa ou má, isso não me importa. Para mim é o exemplo de quão bela a tristeza consegue ser...

Vai assim a letra da música:

"ouvi dizer que o nosso amor acabou
pois eu não tive a noção do seu fim
pelo que eu já tentei
eu não vou vê-lo em mim
se eu não tive a noção de ver nascer um homem
e ao que vejo
tudo foi para ti
uma estupida canção que so eu ouvi
e eu fiquei com tanto para dar
e agora
não vais achar nada bem
que eu pague a conta em raiva

e pudesses eu pagar de outra forma

ouvi dizer que o mundo acaba amanhã
e eu tinha tantos planos p'ra depois
fui eu quem virou as páginas
na pressa de chegar até nós
sem tirar das palavras seu cruel sentido
sobre a razao estar cega
resta-me apenas uma razao
e um dia vais ser tu
e um homem como tu
como eu não fui
um dia vou-te ouvir dizer

e pudesses eu pagar de outra forma
sei que um dia vais dizer
e pudesse eu pagar de outra forma

a cidade está deserta
e alguém escreveu o teu nome em toda a parte
nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas
em todo o lado essa palavra
repetida ao expoente da loucura
ora amarga, ora doce
para nos lembrar que o amor é uma doença
quando nele julgamos ver a nossa cura"


Vi pela net a seguinte definição: 'melancolia: do grego melagcholia, substantivo feminino - tristeza profunda e duradoura; [...] reflexão pensativa ou contemplação'

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2006-11-25

Nem todos os dias começam bem.

Uma notícia triste para começar o dia de trabalho... Um grupo de quatro portugueses faleceu ontem no Chile, durante as suas férias. Entre eles, seguia o César de Oliveira, jornalista da revista 'Dez', do jornal 'Record'. Não sou apologista dos grandes elogios quando alguém morre e daqueles comentários lamechas que por vezes podemos encontrar por aí, mas devo dizer que fiquei meio abananado com a notícia.

Não que fosse um amigalhaço do César, um companheiro de todas as horas e privava da sua companhia em muitas ocasiões... Longe disso. Conhecia-o muito pouco enquanto pessoa, fora do ambiente jornalístico. O que sabia do César, além da sua escrita e do seu profissionalismo (e não, não é conversa barata) era aquilo que via nos 'derbys' CM-Record, no sintético da Agronomia (futebol de sete) ou nos disputadíssimos encontros no pavilhão da Tapadinha, para hora e meia de futsal.

Por hoje é só.

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2006-11-24

Sim, estou vivo... mas pouco!

Digo-vos, os últimos dois meses foram simplesmente terríveis. Ainda cheguei a narrar alguns dos episódios que tive que enfrentar em Outubro e Novembro e quando pensava que estava quase tudo a ficar certinho direitinho, pimba! Lá vinha mais alguma coisa...

Comecemos então pela tema do momento: o meu carro! O dito cujo continua a dar-me tremendas dores de cabeça nem que seja pelo facto de voltar a ter chumbado na inspecção. Pois é, o stand trocou as molas, viu a tubagem que estaria com fugas mas o CO2, este malandro, tá quieto e está de chuva! Continua alto...

O que vale é que posso ir andando com ele (até dia 30, data em que tenho que voltar lá para ver se fico com o selozito verde... Nunca desejei tanto trocar algo 'encarnado' por algo verde...) e logo no dia do 'chumbo' comecei a dar voltas a cabeça para ver o que fazia. Ensinaram-me um truque, com uns aditivos janados, que ajudam a 'disfarçar' a emissão dos gases (aqui era o momento para fazer uma piada flatulêntica, mas não estou com grande ânimo para isso)... Vamos ver no que dá.

E como diria o Carlos Cruz nos seus tempos do '1,2,3'... E ainda.... Não, não é a Bota Botilde, mas antes um vidro avariado!! Uma peça pequenina, de plástico, que faz trabalhar o vidro eléctrico partiu-se e agora não posso abrir o raio da coisa! E o mais chato é que é logo o vidro do condutor... Nem vos conto a aventura na portagem há coisa de uma semana...

Como se não bastasse, ando com a forte suspeita que mais dia menos dia dá-me a travadinha! Ando assim com uns tremores na mão algo suspeitos, o stress está a chegar a níveis perigosamente altos, ontem estive pertinho de aviar à porrada uma determinada pessoa aqui no meu trabalho e só não tive um ataque de choro nervoso porque não calhou... Só boas notícias, não acham?

E devo estar mesmo a bater mal, porque alguns colegas já me sugeriram alguns tratamentos. Tirando a sugestão de uma massagem, as alternativas não são muito cristãs no meu ponto de vista. Um colega quis oferecer-me uns quantos comprimidos destes.

Outro, sugeriu-me algo mais, digamos, natural. Mas aí a carga criminal e o risco de ir cumprimentar o juiz era bem maior. E não sou propriamente pessoa de fumar cigarritos, muito menos, citando esse meu amigo, 'artesanato marroquino'.

Começo a acreditar sinceramente que a solução é ir visitar um especialista e pedir-lhe uma baixa psicológica ou então mudar de vida, de trabalho, de carreira, daquilo que lhe quiserem chamar...

E porque sou de fazer citações regularmente, veio-me agora à cabeça uma frase daquela música dos Humanistas "Muda de vida não deves viver contrafeito"... Queria eu amigos, queria eu!

Um abraço e (espero) até já!

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

Ps: alguém quer comprar um Clio 1.5 dCI? Faço um preço de amigo....

2006-11-06

A Carris é uma trampa!

E digo isso por experiência. Em 11 anos de vivência aqui, se uma coisa aprendi é que os transportes públicos em Lisboa e arredores são uma dor de cabeça extra para os seus utilizadores. E nesse campo, não há quem bata a Carris.

Como se não bastasse a crise, há ainda que levar com motoristas mal educados, incumprimentos nos horários, veículos sujos e por aí fora... Ok, podem dizer que isto é conversa de quem está carente do conforto do seu carro. Até admito que em parte assim será, mas a simples tarefa de vir de casa para o trabalho é só por si motivo para pedir uma baixa psicológica.
Ora vejamos: moro no Dafundo. Para vir para São Sebastião, surgem-me algumas quantas alternativas, é verdade, mas para isso tenho sempre que apanhar um autocarro até Algés (em dias de Verão faz-se bem a pé, mas aventurem-se la com os 'chuviscos' que têm caído em Lisboa). Chegado a Algés posso:

1) apanhar o 23 até ao Marquês de Pombal e depois vir de Metro até São Sebastião;
2) apanhar o 23 até às Amoreiras e depois apanhar o 42 que para aqui perto;
3) apanhar o 51 até ao Calvário e lá trocar para o 42;
4) apanhar o 51 até ao Calvário, fazer o transbordo para o 56 e depois vir a pé desde a Av. de Berna;
5) apanhar o comboio até ao Cais do Sodré, ir de Metro até à Baixa-Chiado, fazer o transbordo para a Linha Azul e sair em São Sebastião.

Sim, tenho muitas alternativas, é verdade. Mas tenho sobretudo que efectuar no mínimo dois transbordos e apanhar três autocarros para chegar aqui. Os mais críticos podem dizer: "Vê lá, só porque fazes isso andas a refilar".

Agora pensem comigo. O problema não é fazer o trajecto. O que me enerva é o tempo de vida que uma pessoa gasta à espera nas paragens. Sim, porque o bom é quando apanhamos um autocarro, chegamos ao local de transbordo e o outro passa quase de imediato e tudo anda na maior. O problema é que basta um ligeiro atraso e o esquema fica logo lixado.

Um exemplo prático: regra geral saio do jornal pelas 21h30. Se tudo correr bem, chego em casa cerca de 50 minutos depois (de carro não chega a 10). Só que um dia eu cheguei na paragem e o autocarro tinha acabado de sair. Parou no semáforo e lá corri eu para pedir ao motorista para, por favor, me abrir a porta. O idiota nem se dignou a olhar... A educação é qualquer coisa de belo! Pois este atraso bastou para que em vez de demorar 50 minutos para chegar a casa, tivesse demorado... 1h50!

E depois querem que o pessoal aposte forte no Dia Mundial Sem Carros... Yeah right!

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

6:30 no despertador...

"So tell me have you ever really...really, really ever loved a woman..." .....

Acordar ao som de uma balada é giro.
Acordar ao som de uma balada às 6:30 da manhã é coisa para querer matar alguém.

A segunda quinzena do mês de Outubro foi uma autêntica dor de cabeça e Novembro não começou da melhor forma também. Já vos falei do acidente, mas nem as minhas mais pessimistas previsões estiveram perto do que tive que desembolsar para pôr o carro a andar (ao todo foram perto de 1500 euros).

Mais. No dia em que pensava finalmente que poderia voltar a circular no meu bólide, o maldito chumba na inspecção. Motivo? As molas não são originais, há uma fuga nas tubagens do depósito e o CO2 está muito acima do que deveria...
Felizmente, e se assim não fosse garanto-vos que aviava alguém, o stand onde comprei o carro assume a responsabilidade e vai tratar de tudo para que tenha o carro na 5.ª-feira. Eu já nem digo nada... Das outras vezes abri o pio demasiado cedo e desde então tenho alternado entre as boleias e o calvário dos transportes públicos de Lisboa.

E por isso, hoje despertei com o Bryan Adams em alta voz e as minhas primeiras palavras foram uma espécie de resmunguice sobre os locutores de rádio demasiado animados pela manhã. Há coisas bem piores, eu sei. Há fome no mundo, há gente pobre, há quem não tenha cama para domir, há gente que nem sequer acordou hoje... Mas permitam-me a ponta de egoísmo ao afirmar que ter que me levantar às 6:30 é um crime!

Enfim, o que vale é que na 6.ª-feira ela vem cá ao continente para estarmos juntos. Não chegam bem a ser quatro dias, mas é já muito bom pode voltar a estar perto dela, abraçá-la e ver nos olhos dela o que apenas o telemóvel nos tem permitido dizer um ao outro.

Já só faltam quatro dias...

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki