London - Day 8

Com a máquina, o London A to Z, a merenda e a garrafita de água Evian na mochila, fiz o caminho até Waterloo e dali caminhei em direcção ao dito museu. Depois de umas fotografias cá fora, de uns canhões brutais com uns obuses que me davam pelo peito, coloquei o pé no interior do mueseu eram exactamente 10h27. Fixem bem este dado...
Antes de mais, devo explicar aqui que sou um grande entusiasta por História, sobretudo o período relativo às I e II Guerras Mundiais, bem como o entre-guerra e o pós-II Guerra. Quando miúdo, ainda no Rio de Janeiro, lembro-me de uma visita a um navio de guerra com o meu pai e tenho em casa fotos tiradas dentro de um tanque, com a minha metralhadora de plástico nas mãos, etc...

E claro, eu ia lendo tudo ao detalhe, ia apreciando cada pedacinho da exposição. Mas isto era só o aperitivo. O bom, este, veio a seguir. Desci umas escadas e comecei a seguir o percurso da exposição sobre a I Guerra. Sim, porque era de facto um percurso, com tudo muito bem alinhavado, muito claro, bem explicado e, sobretudo, completíssimo. Só para vos dar uma ideia, a dada altura desta primeira parte, temos a oportunidade de experimentar o que era a vida nas trincheiras onde se lutaram muitas das batalhas do confronto de 1914-18.
Seguiu-se a exposição sobre a II Guerra Mundial e uma vez mais foi algo de arregalar a vista. Garanto-vos que nunca vi nada de tão completo e tão bem explicado como ali no Imperial War Museum. Fardas, pistolas, espingardas, cartas, objectos pessoais de verdadeiros intervenientes no conflito... Tal como acontecia para a I Guerra, para este período da história também havia um momento "experimente por si próprio": numa secção do piso -1 do museu, foi recriada aquilo que seria uma noite para os cidadãos de Londres durante a II Guerra, com a famosa blitz.


Mas eu tinha ido ali, porque me fora dito que havia uma excelente exposição sobre o Holocausto, pelo que, depois de palmilhar cada pedacinho do -1, lá fui em direcção ao andar da referida 'exibition'. E sim, foi a melhor apresentação do que foi o Holocausto que alguma vez vi. Nada de "toma lá campo de concentrações e tipos magros para ficares com peninha"... Nada disso... Uma exposição que começa no pós-guerra, na vida dos judeus antes, durante e no pós Hitler. Verdadeiramente incrível e simplesmente arrebatador. Eu por muito que queira, creio que não conseguiria colocar aqui em palavras o quão bom aquilo foi...
Posso apenas dizer que após ter visto tudo aquilo, saí do espaço e voltei a ligar o meu telemóvel (era obrigatório desligá-lo antes de entrar no espaço da exposição) para tentar ver se tinha passado muito da minha hora de almoço. É que parecendo que não, já estava com a barriga a dar horas e não percebia bem porquê... Pois bem, ao olhar para o telemóvel, até me ia dando uma coisa... 17h01!! Eu estive mais de seis horas e meia dentro do museu, sem almoçar e mal me tinha dado conta do tempo a passar. Tendo já visto praticamente tudo no museu, lá fui eu, de sandocha em punho (ainda comi uma salada, um quarter pouder e uma cola no Mac da estação de Waterloo), de volta para os comboios que me iriam levar a Richmond.
Chegava ao fim as minhas deambulações londrinas e esperavam-me agora dois dias para relaxar, recuperar as forças e sono em atraso. Honestamente, foi o meu melhor dia em Londres. Só estive num único museu, mas valeu por todos os museus visitados até então. Só lá faltou...
"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki