2013-08-18

Gentle Shepherd



Recebi este pequeno "mimo" de uma pessoa amiga para me relembrar que Ele sabe qual é o melhor caminho para a minha vida. Em toda e qualquer circunstância, que Cristo seja a nossa única medida.



Gentle Shepherd come and feed us
For we need you to help us find our way
Gentle Shepherd come and feed us
For we need your strengh from day to day

There's no other we can turn to
Who can help us face another day

Gentle Shepherd come and feed us
For we need to you to help us find our way

(Narrative)

There's no other we can turn to
Who can help us face another day

Gentle Shepherd come and feed us
For we need to you to help us find our way

Resolução

Há coisas que aprendemos da pior forma: a dor da partida de um parente, a angustia no final de uma relação, os medos que surgem quando se perde um emprego, as dúvidas perante uma doença… O próprio do ser humano é virar-se para outros humanos, pessoas que possam dar um qualquer tipo de explicação, de justificação, de razão que possa parecer óbvia e que possa ajudar-nos a entender o porque das coisas.

Mas tudo o que se possa dizer, continua a não fazer sentido. Quanto mais nos explicam que isto aconteceu por causa de A, de B ou de C, na nossa mente, a questão só ficará sanada quando nos sentirmos plenamente satisfeitos com a resposta. E quem, ouvindo explicação atrás de explicação, consegue genuinamente dizer que ficou saciado e que não tem mais qualquer dúvida ou questão?

Aprendi isso mesmo no decorrer do último ano. O que não faltou foram perguntas, porquês lançados para o alto, opiniões e dúvidas colocadas a amigos, músicas às quais se ia procurando dar este ou aquele sentido. E tudo porque por mais que me explicassem, menos sentido as coisas faziam. É estar no meio de um armazém escuro, sem conseguir sequer vislumbrar uma luz que aponte para a saída e ir inventando sons aqui e acolá, que poderão eventualmente indicar o caminho.
Até aqui, nada de muito diferente da grande maioria dos mortais.

Ora o maior problema é mesmo esse: a minha vida não me pertence já lá vão uns largos anos. Não me pertence porque entendi que era um reles pecador, cujo destino final era uma eternidade longe de Deus. Um pecador que reconheceu o seu pecado e confessou a Cristo como Salvador e SENHOR da sua vida. Sei que sou salvo e estou certo que um dia estarei na eternidade com o Pai.
Mas sendo assim, deveria já ter interiorizado, ao fim de tantos anos, que uma coisa apenas bastaria: satisfazer-me na perfeita vontade de Deus para a minha vida. Tomando esta medida como o ponto de satisfação, toda e qualquer dúvida deixa de ter razão para existir.

Mas para alcançar o pleno entendimento desta medida é necessário que haja uma profunda comunhão com o Pai e que se perceba que enquanto se deveria estar atento ao que Ele nos vai dizendo - através da sua Palavra, através da oração, etc… -, ocupei-me em procurar respostas/opiniões/bitaites onde elas nunca poderiam existir.
Cristo deve ser a medida da minha satisfação: é ele quem alivia a dor, que acalma na angústia, que lança o medo para longe e que tem resposta para todas as dúvidas. E sendo assim tenho de colocar de parte tudo aquilo que me mantém afastado Dele.

Nesta semana que passou, fui desafiado a escrever e assentar resoluções. Fui encorajado a colocá-las em prática imediatamente, para evitar qualquer tipo de "tentação" e voltar aos meus velhos hábitos.
Uma das decisões passa por deixar de lado o Facebook, plataforma útil, é certo, mas que também serve em muitas situações para desviar as minhas atenções daquilo que de facto importa.
Não vou fechar a conta, porque tenho no Facebook grupos de partilha e contactos que me são importantes, mas a partir de hoje acabaram-se publicações que não sirvam um único propósito: Colossensses 3:17.

"When life doesn't make sense, an explanation doesn't ease your pain; the presence of God does." - Rick Warren

Vamos nos vendo por aí…

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

2013-07-31

Tarde de praia perfeita

Há uns anos largos que não se via tarde de praia tão perfeita. Da última vez, o café ainda estava aberto e o areal junto às escadas ainda permitia estender a toalha. Tardes passadas a ver "baleias" ao largo, a dormitar com pausas a cada 30 minutos para virar e garantir que o bronze era uniforme. Outros tempos, outras realidades, outros rostos...

"É que há uns anos largos que não se via tarde de praia tão perfeita", soltou ele por entre dentes. Espreguiçando-se como que a convidar um pouco de ar fresco a entrar e arejar-lhe a alma, veio-lhe o cheiro de água salgada, areia molhada e o aroma inconfundível do protector solar (Nívea Sun, factor 20). E como que rebobinando um rolo de filme, ele foi enumerando: Comporta, Tróia, Carcavelos, Guincho, Aguda, Matosinhos, Beijinhos, Sacor... Em todos as paragens, o mesmo cheiro, as mesmas sensações. Outros tempos, outras realidades, outros rostos...

Mas, há uns anos largos que não se via tarde de praia tão perfeita. Olhando para o invulgar azul claro das ondas, ele não podia deixar de recordar a última vez que ali estivera e que o mar apresentara-se nas mesmas tonalidades. Hoje, de pés enterrados na areia molhada e mãos à cintura, sentindo onda após onda a quebrar nas suas canelas. Antes, estendido na toalha, Moleskine numa mão e caneta na outra, a alinhavar nomes atrás de nomes. Outro tempo, outra realidade, outro rosto...

De facto, há uns anos largos que não se via tarde de praia tão perfeita. Mas mais do que as condições meteorológicas, era o estado (de alma, de vida, de ânimo...) que faziam daquela tarde perfeita. Não hoje, mas a última. Quando o mar também estava estranhamente azul, com o cheiro de protector a pairar rente à toalha, quando a caneta registava no Moleskine os nomes que teriam de estar, deveriam estar e que eram dispensáveis.
Outro tempo. Mais feliz.
Outra realidade. Mais agradável.
Outro rosto. Aquele que tanta saudade provocava...

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida."
Aniki

2013-07-23

Diálogo

Parado a olhar as ondas a quebrar junto à praia, ele pensava em tudo o que já vivera até ali. Dois dias já quase completos e uma terceira noite. Mais uma em que seria seguramente esmagado sob o peso de uma cabeça a andar em alta rotação. "Descanso", pensou ele, "isto é que era bom..."

Como poderia ele descansar quando o fechar de olhos implicava um desfilar sem fim de imagens de tempos outros, de construções da sua própria mente e, porque não dizê-lo, de sonhos que o faziam despertar quase que de hora a hora? E ali estava ele, olhos fitos na água, a tentar perceber como ter mais do que um sono fugido.

BAM! Bola nas costas. "Manda isto para cá se faz favor". Sem perder tempo, um sorriso no rosto e um "tem lá cuidado com isto para não acertares em mais pessoas". Não se vá dar a ideia de que algo não está como se quer ou como se deseja. Mais uma laracha aqui e ali.

De volta ao mar. E uma vez mais a mente vagueia. Surge uma piscina insuflável, uma noite de fim de Verão, uma lavandaria, horas de conversa... Novo salto e já é início de Dezembro, um programa televisivo, um almoço não concretizado, uma conversa telefónica... Mais um salto e... BAM! "Desculpa outra vez. Foi sem querer. Mandas a bola?" E ele, com um que de exaspero na voz diz: "Eu não disse para que tivessem cuidado?"

É que com isto tudo, ver o mar não só é penoso, como vai se tornando doloroso. E além disso, se manter um raciocínio coerente já anda complexo, quanto mais fazê-lo com boladas na moleirinha...

- Onde ia eu?
- Queres mesmo saber? Se calhar a bolada veio em boa hora. Uma coisa é andar com sono, outra é andar com a cabeça atafulhada de saudade. 
- Mas com tanta coisa com que se preocupar, tanto a fazer, porque raios voltas tu constantemente a isto?
- Queres mesmo que te explique? Então vai assim:

saudade |au ou a-u|
(latim solitas, -atis, solidão)
s. f.
1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que alguém se vê privado.
2. Pesar, mágoa que essa privação causa.

- Como é que dizias no outro dia?
- 'Adormeço em ti, querida Água de Madeiros, mas hoje as saudades não te pertencem'. É disto que falavas?
- Sabes, terá sido das frases mais inspiradas que tiveste nos últimos tempos. Vá,  devolve-lhe a bola. Está na hora de ir andando.

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida."

2013-07-21

Meu sorriso sem graça chorou

O amor que eu tenho guardado no peito
Me faz ser alegre, sofrido e carente
Ah! Como eu amei

Eu sonho, sou verso,
sou terra, sou sol
sentimento aberto

Ah! Como eu amei
Ah! Eu caminhei
Ah! Não entendi

Eu era feliz, era a vida
Minha espera acabou
Meu corpo cansado e eu mais velho
Meu sorriso sem graça chorou

Ah! Como eu amei
Ah! Eu caminhei

Tem dias que eu paro
Me lembro e choro,
Com medo eu reflito que
Não fui perfeito

Ah! Como eu amei

Eu sonho, sou verso,
sou terra, sou sol
sentimento aberto

Ah! Como eu amei
Ah! Eu caminhei
Ah! Não entendi

Eu era feliz, era a vida
Minha espera acabou
Meu corpo cansado e eu mais velho
Meu sorriso sem graça chorou

Ah! Como eu amei
Ah! Eu caminhei

Tudo e nada

Passou um ano e nada mudou: o já tradicional beliche curto, as conversas cochichadas nos quartos, a algazarra para garantir que todos dormem, o cheiro dos pinheiros lá fora e o aroma da famosa "Eau de Gambá" cá dentro...

Passou um ano e tudo mudou: faltou aquela conversa no banco em frente à casa, aquele "boa noite e até amanhã" que as vezes dizia quase tudo, faltou aquele quentinho no coração que até fazia dispensar saco-cama ao deitar, faltou o lenço para secar as lágrimas, faltou, faltaste tu...

Adormeço em ti, querida Água de Madeiros, mas hoje as saudades não te pertencem.

Até amanhã.


"A lealdade e o respeito são uma forma de vida".

2013-07-17

Do mais belo que pode haver

A isto chama-se belo...

belo, adj. - 1) Em que há beleza. 2) Aprazível, deleitoso, ameno. 3) Que é perfeito para o fim a que se destina. 4) Que satisfaz cabalmente os nossos desejos ou prazeres. 5) Escolhido, distinto. 6) Nobre, generoso. 7) Certo.


"Inconsciência.
A estocada coube em sorte.
Há quem chame violência
À decência de ser forte.
Estrondo mudo
Que lhe agride a cabeça -
Eu obrigo que anoiteça;
Vê estrelas, cosmonauta.
Vai a noção de tudo...
Não faz falta."

2013-07-15

"I will wait for you"


Persistência

Custa.
Custa
pousar a cabeça na almofada. Custa sentir o coração apertado com a vontade de gritar bem alto. Custa sentir-me impotente perante um sem fim de situações sobre as quais não tenho o mínimo de controlo. Custa ver-te ali. Custa olhar para o tamanho da muralha a escalar e ficar a ponderar quanto mais falta para alcançar o topo. Custa muito também pensar sequer se algum dia se chegará ao topo...

Custa saber que entendes cada palavra, cada sílaba, cada letra e, mesmo assim, a redoma permanece intacta. Custa seguir uma vida feita de banalidades, de gestos e acções sem grande sentido. Custa não poder ser-se o que se desejaria. Custa ter que racionalizar o afecto, ou pelo menos a ideia do mesmo. Custa ser forçado a levantar barreiras que gostaríamos de ver deitadas por terra. Custa olhar à volta e não ver senão água.

Custa tentar arranjar as palavras todas para dizer o que não pode ser dito. Custa arranjar as outras palavras, aquelas que se podem usar, já que sem dizer o que se pretende, dizem o que é possível. Custa olhar para frente pensando em tantos "se" e "será" que foram pavimentado o que foi ficando para trás. Custa não saber o que está para vir. Custa não saber sequer se haverá algo que está para vir.

Custa a distância, quase tanto como custa a proximidade. Custa também ser confrontado com a inexorabilidade do passar dos segundos, dos minutos, das horas, dos dias, das semanas, dos anos... Custam os cabelos brancos e os rugas à volta dos olhos. Custa entender que já não se terá 30 anos outra vez. Custa ainda mais ver os 40 ali, à distância de um piscar de olhos.

Custa ver a solidão, não só no percurso, mas sobretudo hoje. Custa ver a ansiedade que serviu de companheira em tantas noites mal dormidas. Custa ver a mágoa causada. Custa ver a desilusão, a decepção, as falhas, os erros, os tropeços... Custa não ter a certeza de que um dia tudo estará bem. Custa não conseguir olhar mais do que uns poucos palmos à frente do nariz. Custa não ter pontos de referência, indicadores de uma direcção seja ela qual for.

Custa e nem consigo colocar por palavras o quanto isto custa.

E no entanto, eu escolho não desistir.




"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"

Aniki

2013-07-12

Férias!


Vão ser 16 dias. Longe disto tudo e a ver se a cabeça encontra finalmente algum descanso. Na ementa, e apesar da foto ser enganadora, o que se quer não é tanto praia mas sossego.
Primeiro Viseu, com muito futebol à mistura. Depois, Água de Madeiros. Local este, para quem não sabe, do qual tenho sempre saudades.

Para quem foi, bom regresso. Para quem vai, que desfrutem. Eu cá vou fazer por isso!



"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki

Agora volta... até ver!

Após dois anos sem qualquer actualização, está na hora de reavivar este espaço. Bem, teria acontecido mais cedo se me tivesse lembrado do raio da palavra-passe para a conta de admin, mas depois de muito vasculhar a conta do "imel", lá dei com a dita cuja e cá estamos.

Vamos é tentar perceber até quando...


Mas para já, voltemos então ao que é importante. Aquilo que deu o mote a tudo, o tema deste pequeno cantinho:

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"

Aniki

Não escrever o que não se pode dizer...

Tem graça…

Mas nem sequer posso dizer-te o que quero escrever. Não posso explicar o que ficou a faltar quando passei por determinado local hoje. Não posso dizer onde foi. Aliás, nem posso dizer o que ficou a faltar. Não posso explicar-te que os poucos minutos que ali estive, lembraram-me outros poucos minutos que ali passei não faz assim tanto tempo. Não posso sequer mencionar o quanto senti falta destes minutos. Também não posso dizer que o que ficou a faltar não é bem uma coisa. Quiçá nem sequer possa dizer o que é…

É óbvio que não posso dizer o que quero dizer. Mas o que estou a tentar explicar é que nem sequer posso dizer que há coisas que gostava de dizer e não digo. É que fazê-lo seria reconhecer que tenho algo a dizer! As vezes gostava de poder explicar que quando pareço distraído e a fazer conversa mais ligeira é porque a minha cabeça está a milhas… ou se calhar a apenas alguns centímetros e afinal nem tão longe assim. Não posso admitir também que quando estou calado, a ouvir o que vai passando à minha volta, estou na realidade a pensar em tanta coisa que não posso contar!

E volto ao início de tudo: não posso dizer que queria escrever que tenho tanta coisa para dizer. Resta-me então esperar. Esperar que, quando a oportunidade surgir, sejam os meus olhos a explicar tudo aquilo que eu não posso admitir querer contar. E desejar, simplesmente, que eles tenham mais engenho e saibam exprimir-se mais e melhor do que eu.

Tão somente isto…



"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"

Aniki