2013-07-12

Não escrever o que não se pode dizer...

Tem graça…

Mas nem sequer posso dizer-te o que quero escrever. Não posso explicar o que ficou a faltar quando passei por determinado local hoje. Não posso dizer onde foi. Aliás, nem posso dizer o que ficou a faltar. Não posso explicar-te que os poucos minutos que ali estive, lembraram-me outros poucos minutos que ali passei não faz assim tanto tempo. Não posso sequer mencionar o quanto senti falta destes minutos. Também não posso dizer que o que ficou a faltar não é bem uma coisa. Quiçá nem sequer possa dizer o que é…

É óbvio que não posso dizer o que quero dizer. Mas o que estou a tentar explicar é que nem sequer posso dizer que há coisas que gostava de dizer e não digo. É que fazê-lo seria reconhecer que tenho algo a dizer! As vezes gostava de poder explicar que quando pareço distraído e a fazer conversa mais ligeira é porque a minha cabeça está a milhas… ou se calhar a apenas alguns centímetros e afinal nem tão longe assim. Não posso admitir também que quando estou calado, a ouvir o que vai passando à minha volta, estou na realidade a pensar em tanta coisa que não posso contar!

E volto ao início de tudo: não posso dizer que queria escrever que tenho tanta coisa para dizer. Resta-me então esperar. Esperar que, quando a oportunidade surgir, sejam os meus olhos a explicar tudo aquilo que eu não posso admitir querer contar. E desejar, simplesmente, que eles tenham mais engenho e saibam exprimir-se mais e melhor do que eu.

Tão somente isto…



"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"

Aniki