Haiku

Piso molhado
Carro desliza
Arranjo...688 euros

Perdão aos puristas por esta pobre tentativa de criar um haiku (ao lado a imagem do kanji desta palavra japonesa).

Pois é... Bati com o carro. E amigos, foi cá uma aventura! O domingo até prometia ser um dia porreiro. O programa da manhã incluía uma visita à Igreja da Graça e a possibilidade de estar um pouco com o meu mano, a Petruska (minha cunhada) e a PatiSu (a outra cunhada... Não, o meu irmão não é polígamo! Falo da irmã da minha namorada), com um almoço algures por Lx em perspectiva.

Quando fiquei sem bateria em pleno Largo da Graça, deveria ter adivinhado que a coisa não ia correr bem... O tipo da assistência em viajem lá chegou (ainda não apanhei nenhuma Marta quando ligo para a OK Teleseguros) e ao desligar os cabos dá-me a boa notícia: o alternador não está a recarregar a bateria. O mais certo é precisar mudar.

Lá fui de reboque até uma oficina em Alvalade para trocar a bateria. O plano era ir dali para casa, deixar lá o carro e no dia seguinte levá-lo a um electricista para resolver o problema do alternador. Logo ali foram 120 euros... Por esta altura eu devia ter desconficado que, parafraseando Hamlet, havia "algo de podre no reino da Dinamarca", ou nesse caso, de Lisboa.

Coloquei-me então a caminho de casa, numa de não gastar muito a nova bateria e quando cheguei à entrada da CRIL, um palerma (na altura, e admito que me exaltei, chamei-lhe outras coisas) forçou a passagem pela direita. Eu, para não bater, afastei-me e quando voltava à minha faixa apanhei uma poça de água e lá fui eu a dançar...

Primeiro a traseira (do carro, entenda-se) fugiu para a esquerda, depois para a direita e quando ia para a esquerda outra vez, saiu disparado em direcção ao muro (do lado direito e não o central). Eu tava a ver que ia bater de frente e, estragar por estragar, preferia raspar a lateral do carro do que lixar a parte dianteira toda... Saco do travão de mão só que o carro agarrou ao piso e acabei por bater com a quina esquerda do para-choques dianteiro... Até aí, garanto-vos que estava muita tranquilo!

Comecei a chorar e a tremer feito uma vara verde foi quando vi uma palerma de uma mulher (não há outro nome a dar àquela besta) a querer ultrapassar-me. Será preciso dizer que por esta altura estava atravessado na CRIL e a andar devagarinho em marcha atrás e ela tentou passar mesmo atrás de mim. Quando a idiota viu que não chegava lá, fez outra coisa inteligente, travou seco e começou a rodopiar. Sós vos digo é que ainda estou para perceber como ela passou por mim aos peões e não arrebentou o meu carro.

Depois de um dia em casa a recuperar (o domingo) e outro em que tive que voltar a andar de transportes públicos (uma pessoa habitua-se a certos luxos e depois dá nisso), hoje acordei às 7h50 para levar o carro ao electricista. A coisa parecia que ia sair (relativamente) barata... Apontavam para os 120 euros (foi 118) já que só era preciso mudar a poli do alternador... Mas quando saí da loja, o problema continuava na mesma e lá me deram a última boa notícia: "Vamos mesmo ter que mudar o alternador".

Entre um novo a 400 euros e um reconstruído a rondar os 200, não hesitei muito. Até porque os tipos não me vão cobrar pela mão de obra outra vez e vão fazer-me um desconto porque deveriam ter aberto o alternador numa de confirmar se era mesmo só folga na poli.

Ah, e claro, a previsão que tenho até ao momento de um arranjo para o para-choque está entre os 200 e os 250 euros. Estou com uma sorte tão grande que já aponto para o valor mais alto...

"I'm sliding in the CRIL / Just sliding in the CRIL / What a glorious feeling I'm.............. Trava o carro sua burra!!!!" ---> Eu, dentro do meu Clio 1.5 dCI aos gritos para a loira no seu BMW descapotável enquanto ela andava a rodopiar...

Mas sabem uma coisa?
Deus foi bom ao poupar a minha vida e eu agradeço-O por isso...

"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki