Implosão
Houve um estudo efectuado há alguns anos cujos principais resultados não são muito animadores para os da minha profissão. Dizia o tal documento que 75 por cento das mortes entre jornalistas fica a dever-se a problemas de ordem cardíaca. Mais. Destes 75 por cento de "problemas cardíacos", quase 85 por cento estão ligados... ao stress!
Ando neste vida há coisa de sete anos e, tal como aqui já comentei uma vez, dar comigo a ter uns tremores na mão com esta minha idade preocupa. Como em tudo, há dias bons e há dias maus. Há alturas em que quase não se nota... Mas infelizmente para mim, estas ocasiões não têm sido muito frequentes. Aliás, até nas folgas, quando supostamente estou mais 'tranquilo' com a vida, lá apanho um ligeiro abanar da mão.
Nos últimos dois anos, deram-se inúmeros casos de baixas psicológicas entre companheiros de profissão. Só eu, sei de mais de 10 casos de jornalistas (e aqui estão incluídos os repórteres fotográficos, que também são jornalistas) que pura e simplesmente 'viparam' de um momento para o outro. Já imaginaram o estado em que uma pessoa se encontra quando chega o dia em que acorda e a simples ideia de trabalhar provoca uma crise de choro compulsivo ou uma sensação de desespero tal que só apetece acabar com tudo?
Eu sou, por natureza, um tipo 'nervoso', acelerado... Mas quando me afastava do jornal, conseguia por norma atingir aquele grau de relaxamento, inspirar com força e expirar com ainda mais força, esquecer que há mais no Mundo além de 22 gajos atrás a bola e essas coisas... Ainda não cheguei ao ponto em que me arrependi de ter escolhido esta carreira, mas passam os dias e fico com a convicção de que não posso seguir isto até ao fim, sob pena de não ter forças para lá chegar.
Um grande problema comigo é que eu para dar parte fraca e admitir que estou doente é preciso muita coisa. Nunca faltei a um dia de trabalho por estar doente. Vim muitas vezes trabalhar com febre (não é dramatismos nem nada.. é verdade), com dores de cabeça impossíveis, com uma dor de ouvido que só foi ao lugar com doses de antibiótico, etc, etc, etc...
Como se isso não bastasse, o que importa aqui é dares notícias, produzires sempre no mesmo nível e corresponder à todas as expectativas. Até parece que já sosmos os robots que a maior parte dos patrões desejaria ter nas suas empresas. Não podes ter problemas que te perturbam ou que te impeçam de te concentrares numa coisa só. Por conta disso, na semana passada, estive a dois dedos de explodir numa crise de choro porque o infeliz com quem discutia simplesmente não tem a sensibilidade necessária para entender que há dias em que mais vale dizer: "Vai para casa porque não estás em condição".
E sabem o pior? É que eu fiquei de tal modo enervado, que o tremor na mão transformou-se rapidamente num punho fechado que só não voou para o outro lado da mesa porque não calhou. Felizmente, ainda tenho suficientemente juízo para entender que não é por aí que resolvo o problema, mas foi mais um sinal de alarme a indicar que algo vai mal com a máquina. O coração anda a bater bem, disse-me um médico há uns tempos. O que parece andar a pedir um arranjo, é a cabeça... Só espero é não ter que passar pelo mesmo que os meus companheiros, acordar um dia e implodir interiormente...
Desculpem o desabafo, mas estava a precisar. E acreditem que nem tudo foi mal. Ainda tenho aqui que contar o nosso fim-de-semana à Anjos - Paletós (acapella)! Mas terá que ser noutra altura porque são agora 23h07 e ainda estou no trabalho... "Muda de vida não deves viver contrafeito"...
"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki
Ando neste vida há coisa de sete anos e, tal como aqui já comentei uma vez, dar comigo a ter uns tremores na mão com esta minha idade preocupa. Como em tudo, há dias bons e há dias maus. Há alturas em que quase não se nota... Mas infelizmente para mim, estas ocasiões não têm sido muito frequentes. Aliás, até nas folgas, quando supostamente estou mais 'tranquilo' com a vida, lá apanho um ligeiro abanar da mão.
Nos últimos dois anos, deram-se inúmeros casos de baixas psicológicas entre companheiros de profissão. Só eu, sei de mais de 10 casos de jornalistas (e aqui estão incluídos os repórteres fotográficos, que também são jornalistas) que pura e simplesmente 'viparam' de um momento para o outro. Já imaginaram o estado em que uma pessoa se encontra quando chega o dia em que acorda e a simples ideia de trabalhar provoca uma crise de choro compulsivo ou uma sensação de desespero tal que só apetece acabar com tudo?
Eu sou, por natureza, um tipo 'nervoso', acelerado... Mas quando me afastava do jornal, conseguia por norma atingir aquele grau de relaxamento, inspirar com força e expirar com ainda mais força, esquecer que há mais no Mundo além de 22 gajos atrás a bola e essas coisas... Ainda não cheguei ao ponto em que me arrependi de ter escolhido esta carreira, mas passam os dias e fico com a convicção de que não posso seguir isto até ao fim, sob pena de não ter forças para lá chegar.
Um grande problema comigo é que eu para dar parte fraca e admitir que estou doente é preciso muita coisa. Nunca faltei a um dia de trabalho por estar doente. Vim muitas vezes trabalhar com febre (não é dramatismos nem nada.. é verdade), com dores de cabeça impossíveis, com uma dor de ouvido que só foi ao lugar com doses de antibiótico, etc, etc, etc...
Como se isso não bastasse, o que importa aqui é dares notícias, produzires sempre no mesmo nível e corresponder à todas as expectativas. Até parece que já sosmos os robots que a maior parte dos patrões desejaria ter nas suas empresas. Não podes ter problemas que te perturbam ou que te impeçam de te concentrares numa coisa só. Por conta disso, na semana passada, estive a dois dedos de explodir numa crise de choro porque o infeliz com quem discutia simplesmente não tem a sensibilidade necessária para entender que há dias em que mais vale dizer: "Vai para casa porque não estás em condição".
E sabem o pior? É que eu fiquei de tal modo enervado, que o tremor na mão transformou-se rapidamente num punho fechado que só não voou para o outro lado da mesa porque não calhou. Felizmente, ainda tenho suficientemente juízo para entender que não é por aí que resolvo o problema, mas foi mais um sinal de alarme a indicar que algo vai mal com a máquina. O coração anda a bater bem, disse-me um médico há uns tempos. O que parece andar a pedir um arranjo, é a cabeça... Só espero é não ter que passar pelo mesmo que os meus companheiros, acordar um dia e implodir interiormente...
Desculpem o desabafo, mas estava a precisar. E acreditem que nem tudo foi mal. Ainda tenho aqui que contar o nosso fim-de-semana à Anjos - Paletós (acapella)! Mas terá que ser noutra altura porque são agora 23h07 e ainda estou no trabalho... "Muda de vida não deves viver contrafeito"...
"A lealdade e o respeito são uma forma de vida"
Aniki
3 Comments:
Mais vale tarde do que nunca, mano.
as boas notícias: já sabemos as regras e aquilo é MTA porreiro. Temos de marcar uma outra sessão de geeks para destressar, em tua casa! É garantido!
Nem mais.
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